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Tóquio-2020 - 2 de agosto de 2021

Thaisa fala ao Web Vôlei sobre o sucesso como comentarista


Thaisa roubou a cena nas duas últimas Superligas como a melhor jogadora da temporada com a camisa do Itambé/Minas e foi a MVP na conquista do título em abril deste ano, em Saquarema. Na mesma semana, pegou todos de surpresa ao anunciar sua aposentadoria da Seleção Brasileira na véspera da convocação do técnico José Roberto Guimarães. Mas, de certa forma, ela está na Olimpíada de Tóquio e dando show. Como comentarista contratada pelo Canais Globo para os jogos da competição feminina, a central vem roubando a cena.

Com comentários assertivos, bem-humorados, muita informação técnica e de bastidores, além de mostrar também o seu lado torcedora, a bicampeã olímpica tem recebido elogios nas redes sociais pela sua atuação na nova função. Em entrevista ao Web Vôlei, Thaisa contou que se preparou bastante para o desafio inédito, revelou que fez mentoria para entender a dinâmica da TV e garante que é mais difícil comentar do que estar em quadra.

Veja abaixo a entrevista com Thaisa.

Você já tinha sido comentarista na TV em outra ocasião?

Não. Primeira vez que eu comento na TV e está sendo bem legal.

Como você se prepara para as transmissões? Tem estudado muito?

Estou estudando bastante, procuro me atualizar nos jogos anteriores, busco informação de cada jogadora, dos técnicos, tenho estudado bastante.

Precisou fazer algum ajuste (voz, ritmo com o narrador, por exemplo) antes de entrar no ar?

Não precisei fazer nenhum tipo de ajuste não, mas eu fiz uma mentoria com a Vanessa Riche e ela me explicou os momentos certos de entrar, ela me deu vários toques, extremamente importantes e foi muito importante ter feito essa mentoria, porque me ajudou muito.

Você parece muito à vontade. Sente nervosismo antes de entrar no ar?

Estou realmente me sentindo muito à vontade, ainda mais que as duas primeiras vezes que eu comentei com Luiz Carlos Junior, na segunda estava também com o Marco Freitas. Eles são super entendidos, comentam vôlei há anos. E me deixaram muito tranquila, muito à vontade, me deram bastante espaço para falar e isso me deixou muito tranquila.

O que é mais difícil? Estar em quadra ou fora dela?

Bem mais difícil comentar. Pra mim é mais fácil e comum, vamos falar assim, estar em quadra. Estou acostumada com a adrenalina. Principalmente em jogos difíceis, assistir sem poder fazer nada é muito complicado. Com certeza eu gostaria de estar dentro de quadra.

Seus comentários têm sido muito elogiados nas redes sociais. Tem acompanhado a repercussão?

Não imaginei que o pessoal iria gostar tanto dos meus comentários. Acho que é pelo fato de eu estar sendo muito verdadeira, autêntica, estou sendo eu, a Thaisa que todo mundo conhece. Faço comentários técnicos, falo do que eu entendo, mas coloco umas pitadas de torcedora e acho que é isso que conquista tanto as pessoas, por passar  a verdade, por passar esse lado de torcedora que todo mundo tem. Acho que é por isso que as pessoas se identificam muito.

Vendo as meninas jogando, deu saudade de vestir novamente a camisa da Seleção?

Sempre dá saudade de estar dentro de quadra. Foram 18 anos vestindo a camisa do Brasil, desde as categorias de base, até adulto. Claro que dá saudade, claro que voltam as lembranças maravilhosas e também as nem tão maravilhosas, da derrota. Fez parte da minha trajetória, da vida, estou muito satisfeita, muito feliz e sou muito grata por tudo o que eu vivi, e estou bem tranquila e bem resolvida com isso

Pensa em seguir na TV depois que se aposentar da quadras?

Por enquanto eu não penso em nada disso de televisão, ainda tenho, se Deus quiser, um bom tempo para jogar pelo Minas, eu já estou contratada.  Estou muito feliz e satisfeita. Espero jogar mais tempo. Enquanto meu corpo estiver bem, estiver saudável, eu quero jogar e estar em quadra. Lá na frente eu posso pensar sobre isso, mas no momento eu não penso não.

Por Patrícia Trindade