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Destaques - Entrevista - 24 de janeiro de 2019

Fadul, técnico do Maringá: “Desempenho está além do previsto, mas não do esperado”


Semifinalista da Copa Brasil, após vitória sobre o Sesi, em São Paulo, e empatado em pontos com o quinto colocado da Superliga Cimed masculina, já tendo vencido o Sesc, no Rio de Janeiro.

O mais otimista torcedor do Copel Telecom/Maringá teria dificuldade de imaginar um cenário tão otimista na metade da temporada 2018/2019. Ainda mais ao se lembrar do rebaixamento na temporada passada. A vaga na elite só foi garantida graças à desistência de Canoas por problemas financeiros.

Boa parcela do atual sucesso deve-se ao técnico Alessandro Fadul, carioca nascido na cidade de Barra do Piraí. Comandante do time paranaense desde o fim de 2017, após uma longa passagem por Volta Redonda (RJ), ele falou nesta entrevista ao Web Vôlei sobre o momento de Maringá, os motivos do sucesso e os próximos desafios.

Neste fim de semana, Maringá jogará a semifinal da Copa Brasil contra o Sada/Cruzeiro. Vale lembrar que o grande momento de Fadul pelo Voltaço aconteceu na temporada 2012/2013, quando ele enfrentou os cruzeirenses nas quartas de final da Superliga e forçou o jogo decisivo no playoff.

O vencedor do duelo entre paranaenses e mineiros enfrentará na final EMS/Taubaté ou Minas. Todos os jogos acontecerão na cidade catarinense de Lages.

1 – Fadul, o Copel Telecom/Maringá é a maior surpresa da temporada nacional. Para você, a campanha até aqui também é muito melhor do que o previsto? Se sim, por quais motivos?
Acredito que por termos muitos jogadores jovens e desconhecidos do público, a equipe é uma surpresa na competição. O desempenho está além do previsto, mas não do esperado. Desde o início da preparação, em junho, nós identificamos nossas limitações e temos trabalhado para amenizá-las. O nosso dia-a-dia tem mostrado o nível que podemos jogar e a confiança vem fazendo com que os resultados, em quadra, sejam positivos.

2 – Ganhar do Sesi e do Sesc, em sequência, fora de casa. Faça uma análise dos méritos de Maringá em cada um dos jogos.
Foram duas vitórias importantes. Vencer duas equipes com alto investimento, fora de casa, qualifica o resultado. Tivemos alguns pontos fortes. Mas os destaques, nas duas vitórias, foram às linhas de passe e ataque, além do nosso saque. Esses fundamentos foram decisivos para os resultados importantíssimos, longe de casa.

3 – Quais características de jogo da equipe mais agradam você?
O que mais me agrada é o nosso poder ofensivo. O time vem mantendo um bom padrão de jogo no ataque, fundamento decisivo para mantermos as partidas equilibradas nesta temporada. A paciência também é um fundamento importantíssimo neste ano. O equilíbrio ajuda a reverter situações complicadas. Na maioria das vitórias, os resultados vieram depois de perdermos os dois primeiros sets. O time vem se mantendo de uma maneira consistente e equilibrada durante todo jogo, isso aumenta a confiança dos atletas.

4 – Com a campanha até aqui, Maringá praticamente está livre do rebaixamento. Essa era a sua primeira grande meta?
A primeira meta era ficar longe da zona de rebaixamento, já que nas últimas três temporadas o time sofreu duas quedas. Nós sabemos que o grupo tem condições de fazer mais e está fazendo. Ainda tem muita coisa para acontecer. É preciso ter ambição para conquistar ainda mais. Colocamos como meta chegar aos playoffs, esse tem sido nosso objetivo desde o começo da temporada.

Fadul satisfeito com o momento do Maringá (Divulgação)

5 – No turno da Superliga, Maringá já teve a maior média de público nos jogos em casa. Dá pra imaginar como será o returno após os últimos resultados?
O torcedor maringaense é apaixonado por voleibol. Não é surpresa pra ninguém. Os torcedores sempre nos apoiaram mesmo nos momentos de dificuldade. Espero que nosso grupo honre esse carinho, essa confiança que eles têm nos dado. Peço para que o público continue enchendo o ginásio nos jogos em casa e que continuem confiando em nosso trabalho.

6 – Você faz algum tipo de trabalho psicológico especial com os jogadores?
Apenas procuro transmitir aos atletas no dia-a-dia, alguns valores que acredito que são diretamente aplicados em nossa vida com um todo, mas não faço nenhum trabalho psicológico específico. Nas preleções, procuro buscar neles motivação e ambição para trabalhar ainda mais e conquistar os objetivos pessoais e coletivos do grupo.

7 – Semifinal da Copa Brasil e vaga bem encaminhada nos playoffs da Superliga. Vocês já traçam metas mais altas a serem alcançadas?
A nossa principal meta está sempre no próximo jogo e no nosso desempenho. Claro, conseguimos bons resultados ao longo dessa temporada, como a vaga inédita para a semifinal da Copa Brasil, mas o principal objetivo é trabalhar para a próxima partida, com foco no adversário. Falta muito para conquistarmos a vaga para os playoffs. Vamos trabalhando com os pés no chão, para que o desempenho seja melhor a cada jogo. É assim que esperamos chegar aos objetivos traçados para a temporada.

Comemoração dos jogadores em quadra (André Renato)

8 – Como é ter um campeão olímpico e mundial como o Ricardinho como chefe?
É extremamente importante ter o Ricardinho como nosso presidente. Ele conhece nossa rotina de trabalho, nosso dia-dia, sabe das nossas necessidades de dificuldades para trabalhar. Ele sabe como é difícil alcançar as nossas metas. Mas ele confia no trabalho da comissão técnica. Portanto, da liberdade para tomarmos nossas próprias decisões.

9 – Essa é a primeira temporada dele após a aposentadoria. Ele ainda ajuda muito em treinos? Participa de suas preleções?
Ele sempre ajudou a nossa rotina de trabalho. Completando o time nos treinamentos e até buscando bolas ele ajuda. A participação dele sempre foi muito importante para o grupo. O Ricardo sempre foi uma pessoa humilde e nos dá liberdade para fazer as preleções da nossa maneira, com nossas convicções. Acredito que ele gostaria de estar vivendo esse bom momento da equipe, dentro de quadra, mas sei que ele está feliz com nosso desempenho.

10 – Para encerrar. Consegue definir em uma palavra o momento que está vivendo na carreira?
Se for para definir a temporada em uma palavra, seria desafiadora. Por toda expectativa que se criou na cidade com o time, mas os resultados não vieram. Embora seja jovem, está é minha nona temporada na Superliga e vivi bons momentos da competição. Em Maringá, o trabalho é diferente. O torcedor tem a expectativa que a equipe volte ao patamar dos playoffs. E, claro, trabalhar com um elenco jovem é sempre desafiador.

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