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Coluna - Seleção Brasileira - 8 de outubro de 2023

Brasil tem muito mérito pela resiliência. E uma obrigação de evoluir

Coluna de Daniel Bortoletto após a classificação do Brasil para a Olimpíada


Hoje o Brasil deve comemorar a classificação para o torneio olímpico masculino de vôlei em Paris-2024. O time esteve nas cordas, precisando de quatro vitórias seguidas, e ficou em desvantagem na final contra a Itália, campeã mundial, por 2 sets a 1. Mostrou resiliência para sair dos cenários adversos. E isso é um mérito inegável.

O Brasil também deve comemorar a transformação de Darlan de aposta em realidade. O jovem oposto, que chegou a ser a quarta opção da posição durante a temporada, “furou a bolha” do vôlei no Pré-Olímpico. Teve o nome citado em programas de entretenimento da TV aberta, foi comparado a craque francês do futebol internacional por conta da semelhança física, em claras constatações desta “descoberta” por parte de um novo público. Maior pontuador,  responsável por incendiar o Maracanãzinho com comemorações/grandes atuações e por fazer uma jovem geração, que conhecia Naruto, conhecer também um esporte dos mais vitoriosos do país. Darlan pode ser a cara da Seleção na próxima década.

Também é digno de comemoração a forma como Lucarelli conseguiu equilibrar o time em momentos de oscilação. Se existe um jogador insubstituível atualmente na Seleção é ele.

É válido festejar ainda ter a vaga antecipada por conta da tranquilidade para planejar os próximos passos até Paris sem depender da VNL de 2024, algo que poderia ser muito custoso, principalmente no lado físico dos atletas.

Comemorações feitas, o Brasil entra no estágio do planejamento a curto prazo para 2024. E o primeiro ponto será a substituição de Renan Dal Zotto. A decisão da saída foi comunicada para a CBV no sábado. Para time e público, logo após a vitória sobre a Itália. Independentemente do nome escolhido, não haverá espaço para muitos testes. A lista dos 12 para Olimpíada deverá sair do grupo de 14 do Pré-Olímpico, além de Leal, Arthur Bento e, talvez, Matheus Pinta.

Poucas mudanças nominais, mas uma expectativa de evolução de performance. Repetirei aqui minha opinião em um texto publicado na semana passada, quando o Brasil patinava no Pré-Olímpico. É verdade a evolução mundial e o surgimento de novos protagonistas no cenário masculino. Mas também ficou nítida uma queda brasileira nos últimos meses. Querer só ver o lado do crescimento dos outros é não aceitar que temos problemas a resolver.

Por Daniel Bortoletto