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Coluna - Destaques - Paris-2024 - Seleção Brasileira - 15 de setembro de 2023

Com Leal x sem Leal: como joga o Brasil nas duas situações?

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Sem Leal, que pediu dispensa da Seleção Brasileira masculina de vôlei nesta quinta-feira para tratar uma lesão nos joelhos, a quase duas semanas da estreia do time no Pré-Olímpico no Maracanãzinho, o que muda no Brasil e quais são as opções do técnico Renan Dal Zotto na busca por uma das duas vagas para Paris-2024 que estarão em jogo a partir do dia 30?

Renan convoca outro ponteiro?

Ainda não se sabe se Renan vai chamar outro ponteiro para treinar com o grupo, que conta agora com 15 jogadores treinando em Saquarema. Provavelmente não. Vaccari, do Sada Cruzeiro, e Arthur Bento, do Itambé Minas, foram outros ponteiros que fizeram parte do grupo nesta temporada. Na Copa Pan-Americana, Marcus e Victor Birigui foram os titulares. Daniel Muniz, do Suzano, fez parte dos treinos em Saquarema nesta temporada, mas não foi utilizado.

Os atuais convocados

Apenas 14 atletas poderão ser inscritos para o Pré-Olímpico. O elenco conta atualmente com os levantadores Bruninho e Cachopa; os opostos Alan, Darlan e Felipe Roque, os centrais Lucão, Flávio, Judson e Otávio, os ponteiros Lucarelli, Honorato, Adriano e Lukas Bergmann e os líberos Maique e Thales.

Leal não jogou a fase classificatória da VNL

O Brasil jogou toda a fase classificatória da VNL – terminou em sexto lugar – sem Leal. O ponteiro teve uma fase final desgastante no Campeonato Italiano, com séries longas nas quartas de final e na semifinal e precisou tratar as lesões do ombro e do joelho nas semanas seguintes ao término da Liga Italiana.

Mesmo ainda longe da forma ideal, ele foi incluído na fase final da VNL, quando o Brasil perdeu para a Polônia nas quartas de final. Depois, Leal disputou o Sul-Americano, torneio em que a Seleção Brasileira terminou na segunda colocação, perdendo o título para a Argentina por 3 a 0, no Recife. Nitidamente sem ritmo de jogo e ainda tratando a lesão no joelho, Leal terminou a partida decisiva contra a Argentina no banco.

O Brasil com Leal

Com Leal, indiscutivelmente o Brasil ganha em poder de ataque, mas perde no volume de jogo e no passe. Os rivais sabem disso e caçam Leal no saque. O Brasil ganha no campo moral, porque uma coisa é o técnico adversário saber que do outro lado tem um jogador com a potência para se preocupar. Mesmo se ele começar do banco, os adversários sabem que ele pode entrar a qualquer momento e mudar o jogo.

Nessa formação, o protagonismo e a obrigação de pontuar são de Leal e Alan, com Lucarelli, em tese, aparecendo como o “ponteiro de composição”. Mas, tudo isso com Leal em forma, bem fisicamente e com ritmo de jogo, coisa que ele não conseguiu ter nessa temporada de Seleção.

O Brasil sem Leal

Sem Leal e com Honorato na equipe titular, a tendência é que os adversários passem a mirar Lucarelli nos saques. A linha de recepção com Lucarelli-Honorato-Maique (ou Thales) é mais equilibrada e, dessa forma, o Brasil tem mais chance de jogar com o meio. A falta de bolas rápidas com os centrais tem torna o jogo previsível e  lento, fugindo das características de jogo veloz, criativo e de volume que a escola verde-amarela sempre teve.

Mais bolas pelo meio

O entrosamento entre Bruninho, Cachopa e os centrais parece ser um problema maior do que não ter Leal nesse momento. Porque, com a melhora da qualidade da recepção, o Brasil passa a ter quatro opções reais de ataque em boas condições (ponta, saída, central e pipe), tornando o jogo menos previsível.

Sem Leal, o protagonismo volta para Lucarelli  e Alan – esse último tem sido o jogador mais regular no ataque. Honorato fez ótimos jogos na VNL e entrou bem no Sul-Americano quando foi solicitado. Mas não pode ter a responsabilidade de virar as bolas difíceis, aparecendo como opção para quando o bloqueio adversário já se deslocar esperando a bola para Alan e Lucarelli, por exemplo, ou queimar com os centrais.

Por Patrícia Trindade