Marco Freitas: “Defendo a minha verdade, é o meu olhar”
Quem acompanha vôlei ou vôlei de praia no Brasil neste século conhece Marco Freitas.
Comentarista do Grupo Globo, Marco milita no esporte desde os 13 anos. Jogou, foi treinador de vitoriosas duplas na praia e conhece tática e técnica das duas modalidades como poucos.
Nesta entrevista por e-mail, ele fala sobre a carreira, o dia a dia e sobre assuntos relevantes do esporte atualmente.
1 – Marco, você já é um “veterano” nas transmissões do Grupo Globo. Ainda bate o friozinho na barriga, antes de um jogo importante?
Vou completar 14 anos como comentarista e até hoje fico nervoso. É muita responsabilidade, por isso a adrenalina continua.
2 – Como é a sua preparação para os jogos? Quanto tempo estuda?
Tenho uma rotina para analisar o dia a dia, independentemente se faço jogo ou não. Tenho um cantinho em casa para estudar e tiro algumas horas por dia para me atualizar. Na véspera, até começar, eu fico em função do evento. Vejo e revejo jogos, escuto entrevistas, analiso estatísticas e faço contato com diversos profissionais do vôlei.
3 – Como e quando surgiu a oportunidade de ser comentarista? Foi fácil tomar a decisão de dizer sim?
Um amigo me indicou para um teste e assim foi. Estava em uma fase em que buscava outras histórias e tudo aconteceu. Digo sempre que ele mudou a minha vida.
4 – Qual a transmissão mais marcante da carreira?
São tantos momentos especiais que fica difícil escolher. Uma foi a final do Mundial masculino, em 2006, pois aquele time foi o melhor que vi jogar. Depois o tricampeonato na Itália, que já era tricampeã. Tive também a sorte de comentar os dois ouros olímpicos das meninas e, para fechar, o ouro do masculino em 2016. Agora, os jogos mais marcantes foram Brasil x Rússia, em 2012, e Brasil x França, no Rio 2016, por todo o contexto.
5 – Me corrija se eu estiver errado. Você não está presente nas redes sociais. Algum motivo em especial?
Uma filha de 7 anos. Fui pai tarde, aos 45, e por isso não abro mão do tempo com dela. Eu dou 100% no trabalho, mas quero 100% com a família. Simples assim.
6 – Já foi questionado por atleta ou treinador, após uma transmissão, por alguém chateado por seus comentários?
Nada sem elegância, tipo não concordo com isso ou aquilo. Eu defendo a minha verdade, é o meu olhar. Joguei muitos anos e serei treinador para sempre. Estou no vôlei desde os 13 anos e nunca mais larguei. São quase 40 anos e o que mais gosto até hoje é aprender. Aprendo todo dia.
7 – Qual sua expectativa para o Brasil, no Pan, sabendo que virou uma competição secundária por conta do Pré-Olímpico?
Apesar de não estar com a força máxima, brigaremos por medalhas na praia e quadra. Também é uma ótima oportunidade de afirmação para todos os envolvidos, porque tem pressão por medalha e um bom nível técnico.
8 – De vez em quando bate a vontade de voltar a ser treinador na praia?
Tenho muita saudade de dar treinos. Eu acho que minha história como treinador ainda terá outros capítulos. Sou e sempre serei treinador, eu adoro dividir o que aprendi.
9 – Para encerrar, repito para você aqui uma pergunta feita nas redes sociais e que divide o público. Leal/Wallace/Lucarelli ou Leon/Kurek/Kubiak? Qual o trio promete ser mais explosivo?
Aquele que melhor recepcionar. Com o tempo correto para a preparação, eu sou mais Brasil.
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