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Internacional - 30 de agosto de 2021

O grande desafio de Bernardinho à frente da França

Europeu será a primeira competição do técnico brasileiro no ciclo até Paris-2024


Para alguém que é multicampeão, a palavra desafio não é encarada com medo. Mas é justamente esse termo que Bernardinho usou quando foi confirmada sua contratação em abril deste ano. Daquele momento até agosto, quando assumiu o cargo, a França ganhou o ouro olímpico pela primeira vez em sua história, colocando ainda mais pressão. Claro que é melhor assumir a equipe depois de conseguir segurar o Comitê Olímpico Russo, que tentou reagir após sair perdendo por 2 a 0. Se o time francês tivesse perdido no quinto set, o impacto psicológico seria gigante.

Sem dúvidas quem usar o Betano Código de Bônus para apostar no time francês nos próximos meses e até nas Olimpíadas verá que eles estarão com as menores odds ou próximo disso. O peso do favoritismo será só uma das pressões que o conjunto terá que encarar.

A Olimpíada será em casa

Bernardinho novamente irá encarar uma Olimpíada em casa. Se no Rio o ouro foi uma conquista incrível, em Paris conseguir repetir o feito pela seleção anfitriã também será algo sensacional. Seu início, com a preparação para o Campeonato Europeu que ficou colado na Olimpíada, terá quase todos os campeões olímpicos menos o oposto Stéphen Boyer e o ponta Kevin Tillie, que pediram dispensa. Ou seja, dos 12 campeões 10 voltarão para o Europeu. O grupo será composto por Alemanha, Letônia, Eslováquia, Estônia e Croácia.

Além da França, os favoritos são a Polônia – que perdeu para o Brasil na última Liga das Nações – a Rússia e a Sérvia. Eslovênia, Itália e Alemanha estão um patamar abaixo segundo a análise das casas de apostas, que considera estatísticas, comportamento do público e outras variáveis para chegar nas odds de cada seleção conquistar o título.

Pelo resultado recente, substituir Laurent Tillie não será nada fácil, ainda mais porque ele ficou nove anos no cargo e tinha sido capitão da seleção como jogador na década de 90. Ou seja, é uma lenda no esporte francês. Por isso para substituí-lo só escolhendo outra lenda. Sem um cargo na Seleção Brasileira desde 2017, quando foi sucedido por Renan Dal Zotto, Bernardinho parece ter carta branca na França para destilar seu perfeccionismo, auxiliado por Rubinho e Maurício Paes.

Começo longe do zero

Por anos cada palavra de Bernardinho foi encarada como mandamento, afinal os resultados foram inegáveis. A sucessão seria difícil e Dal Zotto tem a confiança da Confederação Brasileira, apesar de não ter conseguido uma medalha em Tóquio. Na França Bernardinho com certeza terá crédito, mas a situação é desafiadora.

No time ideal da Olimpíada estavam como MVP (jogador mais valioso) o ponteiro Earvin Ngapeth, de 30 anos, o líbero Jenia Grebennikov, 31, e também o central Barthelemy Chinenyeze, apenas 23 anos. Ou seja, é um núcleo que estará em Paris em 2024, ainda mais por causa do ciclo olímpico reduzido.

Ngapeth foi um show à parte em Tóquio, com 26 pontos na final. Dá para dizer que ele conhecia bem seus rivais, afinal jogou no Zenit Kazan por anos e agora volta ao Modena, onde atuou de 2014 a 2018. Ainda há nomes como Jean Patry e Trevor Clevenot, que explicam porque a França subiu de rendimento e aproveitou a queda dos Estados Unidos – campanha péssima na Olimpíada – e superando Brasil e Argentina, além da Rússia, para conquistar seu ouro.

Como Bernardinho pode conquistar os franceses?

Depois de nove anos com o mesmo treinador é normal o desgaste de todas as partes, o mesmo que Bernardinho passou com a Seleção Brasileira. O novo ambiente, tendo vindo de um ciclo vitorioso, com certeza é positivo. Mas o brasileiro não deixará a peteca cair, ou melhor, a bola bater no chão. Sua exigência estará lá e o levantador Toniutti em declaração já deu o aperitivo:

– Sentimos que ele (Bernardinho) tem pela paixão pelo vôlei e passa para os jogadores. Ele adora esse esporte, gosta de trabalho bem feito.

A França é exigente com atletas e treinadores estrangeiros – Neymar está sofrendo isso na pele – por isso a criação de uma identidade e ligação com a cidade de Paris e o país em geral se fazem necessárias. Algo que, por exemplo, Felipão teve com a seleção portuguesa de futebol logo após ser campeão da Copa do Mundo pelo Brasil em 2002. Conhecimento e conquistas darão crédito no começo, para ajudar a trilhar o caminho das conquistas, com muitos esperando um confronto com a Seleção Brasileira pelo ouro em 2024.