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Superliga - 6 de janeiro de 2019

Roberta: “A gente ainda vai dar muito trabalho. Estamos crescendo”

Levantadora promete um Sesc mais competitivo no decorrer da Superliga


Aos 28 anos, a levantadora Roberta é um dos pilares do time do Sesc RJ na Superliga Cimed 2018/2019. Depois de perder a final da última temporada para o Dentil/Praia Clube, o time do técnico Bernardinho sofre com lesões de jogadoras como Drussyla – que não joga há três meses e ainda não tem previsão de retorno às quadras -, Bia, que volta de contusão e recupera a antiga forma aos poucos e da russa Kosheleva, que também ainda está em fase de recuperação, após ficar 7 meses parada em 2018 depois de operar o joelho.

A curitibana, que chegou ao Rio em 2010, com apenas 20 anos, já se considera uma “veterana”. Nesse bate-papo com o Web Vôlei, Roberta fez um balanço de 2018, falou sobre Seleção Brasileira e garantiu que, apesar dos altos e baixos do turno da Superliga, o Sesc RJ já virou a página e vai dar trabalho nos playoffs. O time carioca ocupa a quarta colocação na temporada, com 16 pontos (6 vitórias e 3 derrotas) e vem de uma derrota por 3 sets a 2 para o Minas em Belo Horizonte. Na terça-feira, o time enfrenta o lanterna Balneário Camboriú, às 20h, no Sul, pela 11ª rodada do turno.

Web Vôlei: Como você avalia 2018?

Roberta – Acho que 2018 foi um ano muito importante para mim. Consegui chegar a mais uma final de Superliga comandando o meu time, infelizmente ficamos em segundo, mas acho que fizemos uma boa campanha, uma temporada espetacular, na qual a gente sofreu com várias coisas no início, e o time conseguiu se firmar, se tornar um bom time e chegou à final. Fico muito honrada de fazer parte desse time,

Web Vôlei: Como foi jogar o Mundial?

Roberta –  Foi mais um motivo para agradecer em 2018. Mais uma convocação, pude jogar um Mundial com grandes atletas que estavam voltando. Nunca tinha jogado com Thaisa e Fernanda Garay, por exemplo. Então acho que foi um ano de crescimento, aprendizado. Fico feliz. É isso que eu quero buscar a cada ano, poder me firmar na Seleção, participar de campeonatos que eu não tinha participado, conseguir ajudar o meu time a sempre estar numa final e chegar a grandes lugares no pódio. Perdemos muitos campeonatos ano passado também, mas acho que tudo isso faz parte do aprendizado pra esse ano de 2019.

Roberta jogou o Mundial pela primeira vez na carreira (Divulgação)

Web Vôlei: O que você pediu ou agradeceu nessa virada do ano

Roberta – Agradeci a Deus por mais um ano e por Ele ter cuidado muito bem de mim. A gente que vive do esporte está propensa a se machucar, a ter lesões. Tem de conviver com isso. Agradeci primeiro o fato de não ter me machucado, de não ter tido nada grave, de ter conseguido mais uma vez mostrar meu vôlei a ponto de ser convocada para a Seleção Brasileira. Acho que títulos e medalhas vem e vão, mas poder estar em um bom time, em uma boa cidade, com pessoas que confiam em mim… Sou muito grata a esse time do Rio de Janeiro por tudo que eu já passei aqui. Fico feliz de ter ido à Seleção Brasileira mais um ano. Agradecer minha família, que está sempre ao meu lado me dando força.

Web Vôlei: O que você espera de 2019?

Roberta – Para esse 2019 eu peço saúde, muita saúde, muito treino, cada vez mais, peço desafios para poder crescer sempre, peço para que Deus me proteja a cada dia e cada jogo, eu a as meninas do time, peço que eu possa sempre evoluir, que eu esteja sempre disposta aprender, que eu possa continuar conquistando outros lugares dentro da minha profissão. Não é só questão de premiações, mas de bons times, de ir para a Seleção, evoluir cada vez mais, criar um nome, que as pessoas possam confiar no meu jogo.

Roberta em ação, na partida contra o Minas, de Carol Gattaz (Orlando Bento/Divulgação)

Web Vôlei: Em quais aspectos você acha que seu jogo mais evoluiu ultimamente?

Roberta – Acho que foi mais a questão da segurança, da tranquilidade para jogar. Cada ano que passa é essa mudança, esse crescimento que eu quero ver. Busco tentar me manter no jogo quase 100 por cento o tempo todo. Como levantadora, não posso me perder durante a partida. Esse amadurecimento, essa tranquilidade para jogar, sentir o momento certo para fazer as coisas, acho que nisso eu venho sentindo a diferença e espero que cresça a cada dia.

Web Vôlei: Como é e foi sua relação com as levantadoras com as quais jogou? O que aprendeu com elas?

Roberta – Cada levantadora tem o seu jeito e eu busco aprender com o que cada uma tem de melhor, inclusive com a postura dentro de quadra. Tento usar pouquinho de cada uma pra mim, mas sempre busco fazer do meu jeito mesmo. Cada uma foi boa da sua forma e agora eu quero tentar escrever a minha história também. Sou muito grata de poder ter jogado com todas e ainda de ter jogado com a Dani Lins na Seleção. Acho que além de ela ser a melhor levantadora que o Brasil tem hoje, é uma parceira ótima dentro de quadra. Ela me ensina, ela me ajuda, ele fala o tempo inteiro, se diverte, acho que é isso que faz a gente crescer cada vez mais. Quanto melhor eu estiver também, mais eu vou fazer ela correr atrás né. Então acho que tudo isso vale o crescimento, o aprendizado. A Fofão era uma pessoa mais tranquila, mais quieta, ela tinha a sua forma de falar, de brigar, fazia as coisas muito no olhar, as pessoas já entendiam muito… É a tranquilidade em pessoa. Mesmo se ela não estivesse tranquila acho que ela não demonstrava (risos) e é uma pessoa incrível, além de tudo isso. Com a Fernanda, eu joguei um ano depois de ela já ter se aposentado e voltado, mas vi muito ela jogar quando eu era pequena. Acho que a Fernanda era mais líder, cobrava mais, falava mais. Quando eu joguei com ela, ela falava isso muito para mim: “Você tem de cobrar mais das meninas, abrir mais a boca”, então acho que cada uma me ensinou um pouquinho. A Dani, eu já peguei nessa geração, ela mais extrovertida, mais engraçadona, uma menina muito dedicada. Treinei muito quando ela estava treinando aqui no Rio. Ela se cobra muito, não mede esforços para te ajudar e te ensinar. Espero pegar essas melhores coisas e criar uma Roberta que possa ser espetacular assim como elas.

Roberta está no Rio desde 2010 (Instagram/Reprodução)

Web Vôlei: Como você espera o Sesc RJ nesse retorno da Superliga em 2019?

Roberta – Temos muito o que esperar do time em 2019. Acho que o crescimento já foi mostrando em 2018. Realmente o início da temporada foi instável, mas era o previsto, com a gente voltando de Seleção, se reunindo com o time em cima da hora, algumas meninas com lesão, como Drussyla que ainda não está jogando, a Gabiru no primeiro ano na função de líbero e ainda aprendendo muita coisa nova, a Bia acabou se lesionando, Kosheleva que ainda está vindo de lesão e não está 100 por cento, isso tudo contou para instabilidade. Mas, eu vejo o crescimento a cada dia. Acabamos o ano com uma derrota para o Minas, mas perdendo por um 3 a 2 com um time demonstrando muito mais garra, mais dedicação, cometendo menos erros, um time que lutou e foi isso que ficou para o 2018. Foi um ano que terminou com uma sensação de crescimento muito grande.  É isso que vale para mim. O time tem se encaixado, a Bia já está voltando, está bem… Kosheleva a cada treino, cada semaninha que passa ela vem melhorando. É uma atleta extremamente dedicada e profissional. Para 2019, vamos ter mais crescimento e mais evolução no time, um time com mais atitude, que quer buscar. Temos grandes equipes na Superliga esse ano, grandes elencos, mas eu ainda aposto as fichas no meu time. A gente tem muito a crescer, muito a evoluir e a ainda tem muito trabalho para dar para as outras equipes na Superliga. O Sesc ainda vai crescer muito.

Roberta comandou o Rio no vice-campeonato da Superliga do ano passado e quer o 13º título do time em 2019 (Divulgação)

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