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Coluna - Internacional - Superliga - 29 de novembro de 2023

Uzelac: estamos vendo um fenômeno decolar

Uma análise de Daniel Bortoletto sobre a ponteira Aleksandra Uzelac


Vôleifã brasileiro, aprecie sem moderação a passagem da sérvia Aleksandra Uzelac pelas nossas quadras. Aos 19 anos, a ponteira precisou de pouco tempo no Brasil, com a camisa do Fluminense, para confirmar ser um daqueles talentos fora da curva.

A Superliga está no início, assim como a trajetória dela pelo Tricolor. Mas as atuações e os números já permitem tirar conclusões otimistas em relação ao futuro de Uzelac.

Para alguém desta idade, era possível imaginar uma adaptação mais complicada na primeira experiência internacional da carreira, com os conhecidos problemas de quem muda de país: clima, idioma, alimentação, dificuldade de relacionamento… Mas Uzelac parece estar em casa no Rio. E certamente isso pesa nas atuações em quadra.

Ela também não parece se incomodar com o peso de já ser a jogadora de definição de um time em tão pouco tempo. E assumir responsabilidade tão cedo já é outra características de atletas fora da curva.

Na noite desta terça-feira, ela fez 31 pontos e ganhou o Troféu VivaVôlei de melhor em quadra na vitória sobre o então invicto Gerdau Minas. Pontuação de gente grande em um jogo de gente grande.

Chegou ao 131 pontos na competição em seis rodadas, média de quase 22 por partida. Lidera com folga a lista de maiores pontuadoras da Superliga 23/24. Também está na frente em outro ranking: o de aces.

Será que o céu é o limite para a jovem? Só o tempo dirá, mas os êxitos de Uzelac até aqui permitem dizer que a resposta correta é: provavelmente sim.

Já faz parte da seleção adulta da Sérvia, provavelmente jogará a primeira Olimpíada aos 20 anos em Paris e demonstra ser aberta para ouvir e evoluir. O olhar das principais ligas do planeta já estava nela antes do acordo com o Flu. Depois desta temporada então…

Ainda é nítido que o jogo dela tem falhas. Foi, é e será caçada pelo saque adversário. Mas tem conseguido mostrar maturidade suficiente para aceitar as oscilações no fundamento sem comprometer tanto o ataque, sua principal arma. Caso consiga ser uma passadora mais estável, Uzelac será uma das grandes.

Por Daniel Bortoletto