Zé Roberto explica time alternativo do Pan: “Tive de enviar essa lista há dois meses”
Treinador admite que Macrís e todo o time sentiram a mudança na linha de passe
O técnico José Roberto Guimarães fez uma análise da derrota do Brasil para a Argentina, por 3 sets a 0, na disputa da medalha de bronze no Pan-Americano, neste domingo, que tirou a Seleção do pódio da competição.
O treinador também explicou a convocação para o torneio. Ele optou por mesclar jogadoras que disputaram a Liga das Nações e o Pré-Olímpico – Macrís, Mara e Lorenne e as reservas Natinha e Paula Borgo – com outras do chamado time B para poupar o time principal e dar oportunidade às mais novas.
Mas, a escolha das ponteiras não pareceu consistente e confirmou ter sido equivocada após as atuações vistas nos cinco jogos do Pan. Sem Gabi, Natália e Amanda, poupadas; Drussyla e Gabi Cândido – que pediram dispensa e só foram convocadas para o Sul-Americano e para a Copa do Mundo do Japão – restaram algumas poucas opções para o técnico levar para Lima. Ainda assim, ele preferiu levar quatro jogadoras cruas na posição: Lana, Maira, Tainara e Julia Bergmann, que sequer foram titulares nos seus clubes na última Superliga e claramente comprometeram a atuação do Brasil no torneio do Peru. Havia outras opções no Brasil – Michelle, Monique (que já atuou como ponteira na carreira), Pri Daroit e Mari Paraíba, por exemplo.
– Tive de passar essa lista dois meses atrás -, explicou Zé Roberto.
– Não dá para ter bola de cristal. Eu tinha de preservar jogadoras por causa da maratona de jogos -, justificou o treinador.
– É um time novo, que precisa de rodagem, precisa jogar. Esse calendário precisa ser revisto. São cinco campeonatos (VNL, Pré-Olímpico, Pan-Americano, Sul-Americano e Copa do Mundo). Nenhum desses times que jogou o Pan-Americano (Colômbia, Argentina, República Dominicana, Peru, Porto Rico, Estados Unidos e Canadá) passou para fase fina da Liga das Nações (os Estados Unidos disputaram o Pan com o time B). A gente passou. Nossas jogadoras ficaram sobrecarregadas – completou Zé Roberto.
Macrís
Ele comentou a atuação da levantadora Macrís. Durante o terceiro set, durante a inversão do 5 x 1, Zé Roberto deu uma bronca na jogadora e a mandou ficar no banco. Na segunda parcial, após um erro do juiz e de o Brasil levar um ponto por erro no rodízio, Zé Roberto deu um bico na bola e levou o cartão vermelho. A Argentina conquistou três pontos de graça. Depois do jogo, um pouco mais calmo, ele admitiu que Macrís sofreu com a linha de passe nessa nova formação adotada no Pan.
– Não foi fácil para ela, com um grupo totalmente diferente, tendo de ser adaptar. Jogamos com cinco jogadoras que estiveram na VNL (além da própria Macrís, Natinha, Mara, Lorenne e Paula Borgo), mas nenhuma delas compôs a linha de passe no Pré-Olímpico. A linha de passe foi toda mudada. Fica o aprendizado. Temos agora os treinamentos para o Sul-Americano e a Copa do Mundo. Infelizmente é isso. Mas houve muita luta por parte delas. O grupo se abateu, claro. Tem muitas jogadoras jovens. Mas que essas derrotas tenham valor no futuro, porque vestir essa camisa tem um valor muito grande – finalizou o treinador.