Quem é Melissa Vargas? Conheça a trajetória do fenômeno turco
Aos 13 anos, Melissa Vargas já fazia parte da Seleção Cubana.
Melissa Vargas, 23 anos, é fenômeno do momento no vôlei mundial. Ao lado da sérvia Tijana Boskovic e da italiana Paola Egonu, faz parte do hall de opostas capazes que elevam times e seleções para outro patamar. Há três meses como jogadora turca – após concluído o processo de naturalização -, a jogadora, cubana de nascimento já conquistou dois títulos com os “Sultões da rede”: a VNL, em julho, com a vitória sobre a China na final, e o Campeonato Europeu, no dia 3 de setembro, batendo a Sérvia na decisão.
Nesse último confronto, Melissa, 1,94m, marcou 41 pontos. Nos dois torneios, foi eleita a MVP. Antes da temporada de Seleção, Vargas já tinha sido decisiva para conquista do título da Liga Turca com a camisa do Fenerbahce, onde jogou ao lado das brasileiras Macris e Ana Cristina. Mas, apesar da pouca idade, ela já tem uma longa história em competições internacionais.
Melissa Vargas nasceu no dia 16 de outubro de 1999 na cidade cubana de Cienfuegos. Aos 13 anos, sob o apelido de “Niña Prodígio “(Menina Prodígio) começou a treinar com a seleção principal de Cuba e disputou o Mundial sub-20, sendo eleita a melhor oposta da competição. Aos 14 (já com 1,84m de altura), atuou no Mundial adulto de 2014. Apesar de Cuba ter se despedido da competição com cinco derrotas e apenas um set vencido, foi ali que o mundo do vôlei prestou atenção nela pela primeira vez. Nesse mesmo ano, jogou a Copa Pan-Americana (adulta) e terminou como maior pontuadora do torneio, com 144 pontos.
Em 2015, Vargas foi convidada a defender o Prostejov, da República Tcheca, país com o qual Cuba tinha convênio e controle sobre o contrato e a permanência da atleta no país. No novo time, ela disputou a liga local e a Champions League. No entanto, sofreu uma grave lesão no ombro, precisou de cirurgia em 2016 e voltou para Cuba para dar continuidade ao tratamento.
Os pais de Vargas não estavam satisfeitos com o andamento da recuperação da filha e se envolveram em uma briga com a Federação local de vôlei. Em janeiro de 2017, depois de sair da Escola Nacional de Cuba e voltar para Cienfuegos, ela tomou uma suspensão de 4 anos do governo cubano e ficou afastada de competições de nível internacional.
Fora da seleção cubana, Vargas assinou contrato com o Volero Zurich, da Suíça, em 2018, e de lá foi emprestada para o Fernerbahce, da Turquia, onde está até agora, dividindo a temporada com o Tianjin, da China, desde 2021. Anos atrás, uma transferência dela para o Sesc RJ, projeto de Bernardinho, chegou a ser discutido. Mas não avançou.
Sem poder retornar à seleção do seu país, a oposta começou a flertar com outras nações para se naturalizar e poder voltar a jogar grandes competições. Vargas ficou bem perto de se naturalizar sérvia, mas acabou optando pela Turquia, em 2021. Ela cumpriu os dois anos de prazo após a naturalização antes de estrear pela nova seleção – regra imposta pela Federação Internacional de Vôlei – e estreou com a camisa turca em julho deste ano, na VNL.
Com Vargas, além dos dois títulos inéditos, a Turquia assumiu, pela primeira vez, a liderança do ranking. O time turco está no mesmo grupo do Brasil no Pré-Olímpico, que começa no próximo fim de semana em três sedes. O Grupo B, que será disputado em Tóquio, tem Brasil, Turquia, Japão, Argentina, Peru, Porto Rico, Bulgária e Bélgica. O Grupo A tem China (anfitriã), Sérvia, República Dominicana, Holanda, Canadá, República Tcheca, México, Ucrânia. Já o Grupo C é formado por Polónia (anfitriã), Itália, Estados Unidos, Alemanha, Tailândia, Colômbia, Coreia do Sul, Eslovênia.