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Destaques - Especiais - Superliga - 29 de abril de 2019

Família próxima ajuda Renan na busca por inédito título para Taubaté


Assumir uma equipe não estava na lista de desejos de Renan Dal Zotto, técnico da Seleção Brasileira masculina, em 2019. E um dos motivos era permanecer o maior tempo possível ao lado da família em Florianópolis, ciente de que um ano pré-olímpico já demandaria muitas semanas de viagem mundo afora. Quando a proposta do EMS/Taubaté chegou, em meados de fevereiro, ele pediu alguns dias para os dirigentes do time paulista, justamente para discutir a situação com os familiares.

O “sim” aconteceu após Renan ganhar apoio da família para o desafio de dar ao Taubaté o primeiro título de Superliga da história. E o processo decisório contou com uma ajudinha do destino. O convite para assumir a equipe aconteceu no mesmo momento em que Ana, a esposa do técnico, precisava passar mais tempo em São Paulo para expansão da empresa dos Dal Zotto, a Par Mais, de Planejamento Financeiro.

No sábado, na vitória sobre o Sesi por 3 a 0, no Ginásio do Abaeté, em Taubaté, ela e os dois filhos do casal (Enzo e Gianluca) estiveram presentes para apoiar Renan.

– Não foi uma decisão familiar fácil. Eu admito que não consigo passar muito tempo longe e 2019 já seria um ano puxado (Brasil jogará Liga das Nações, Pré-Olímpico, Sul-Americano, Copa do Mundo e o Pan, este último, com um time B). Pesou demais minha esposa estar abrindo empresa em São Paulo e precisar vir direto para cá. Isso foi muito importante para eu poder ter tranquilidade de assumir o comando do EMS/Taubaté – revelou Renan ao Web Vôlei.

Renan assumiu o Taubaté na reta final da fase de classificação da Superliga, após o time terminar a Libertadores em uma decepcionante quarta colocação, com as finais sendo jogadas no Abaeté. A pressão sobre o elenco era enorme, visto que o investimento feito para a temporada visava conquistar os títulos mais relevantes em disputa.

O primeiro passo do técnico foi definir um time base, algo que o argentino Daniel Castellani, amigo de Renan, preferia não fazer, mudando constantemente a formação titular. Rapha assumiu de vez o levantamento, Douglas Souza passou a dividir a ponta com Lucarelli antes de se lesionar, com Otávio voltando de lesão com vaga na equipe.

– Eu não peguei um trabalho zerado. Temos uma equipe muito capacitada, competitiva e bem montada. Dei alguns direcionamentos, fiz ajustes e comecei a implantar a minha forma de trabalhar. Me dou muito bem com o Castellani, tanto que trocamos mensagens durante os playoffs. Mas eu não quis analisar o que deu errado com ele. Passei a régua no que tinha acontecido e fui em frente.

Renan Dal Zotto no comando de Taubaté (Rafinha Oliveira/Divulgação)

Taubaté se classificou em terceiro, teve dificuldade para superar o Vôlei Renata nas quartas de final por 2 a 1 e se garantiu para enfrentar o Sada/Cruzeiro. E foi no playoff semifinal que o novo trabalho deu provas de que a equipe mudou de patamar. Três vitórias sobre o atual pentacampeão, duas delas jogando no Ginásio do Riacho, em Contagem, e a classificação para a final.

– Jogo é o reconhecimento do dia a dia. O time estava treinando bem, pegou pesado. E foi essa entrega que nos ajudou a eliminar o Cruzeiro e chegar à decisão. Se você olhar os números, vai ver que um dos jogos terminou 104 a 104 nos pontos, o outro 116 a 115. Reflete o equilíbrio, a intensidade… Foi uma série duríssima contra um rival muito gabaritado – analisou o treinador.

Prova de que a aceitação pelo grupo foi boa tem sido a importância dos argentinos Uriarte e Conte nesta reta final de temporada. O levantador e o ponta, que viraram reservas com a chegada de Renan, têm ganhado cada vez mais espaço em momentos-chave dos últimos jogos, inclusive com Conte sendo usado como titular na vaga de Douglas Souza.

Com a final contra o Sesi empatada em 1 a 1, um novo ingrediente será incluído a partir de terça-feira. Por decisão dos dois clubes, a Arena Suzano foi escolhida como palco do terceiro, quarto e quinto jogo (se necessário). Um palco inaugurado no ano passado e quase desconhecido para a maioria dos atletas.

– Gostei do que vi. O ginásio tem um piso bom, boa iluminação, é maior do que a Vila Leopoldina e o Abaeté, dará conforto aos torcedores. Teremos pouco tempo para pegar as referências para o terceiro jogo, mas na sequência poderemos fazer mais treinos lá e a tendência é melhorar para ambos os lados. Creio que foi uma boa ideia – contou Renan.

Sobre o rival, o treinador da Seleção Brasileira faz elogios para dois setores do Sesi em especial:

– O William é excepcional. É um daqueles levantadores que fazem a diferença, constrói o jogo de uma forma quase única. Fora isso, o Sesi tem a melhor linha de passe do país, independentemente de quem jogar (Lipe, Lucas Lóh e Murilo são os titulares, com Renato na reserva) – disse o treinador do Taubaté e da Seleção.

Ao fim das finais da Superliga, ele completará a lista de convocados para os treinos da Seleção Brasileira. E não faltarão protagonistas desta decisão: William, Lóh, Alan, Eder, Rapha, Lucarelli, Lucão, Otávio, Thalles… Rivais por mais duas semanas e depois companheiros com a Amarelinha.

No fim de maio, desafio passa a ser a Seleção (FIVB Divulgação)

– Será um ano muito desgastante. Vou precisar de todos inteiros e dispostos, com foco principal na conquista da vaga olímpica – encerrou Renan, lembrando do torneio que acontecerá em agosto, na Bulgária, contra os donos da casa, Egito e Porto Rico.

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