Haters, os abutres virtuais, não perdem uma chance
Texto de Daniel Bortoletto sobre um assunto, infelizmente, recorrente
No dia 7 de junho deste ano, voltei a escrever sobre a maior praga do mundo conectado, virtual ou moderno, como queiram: os haters. Na ocasião, pedi licença ao vôlei, assunto deste espaço, para usar a Bia Haddad Maia como exemplo.
A tenista havia sido alvo da frustração dos haters após algumas derrotas no Circuito da WTA nas semanas anteriores e dava a volta por cima com a presença na semifinal de Roland Garros.
Fui revisitar o texto e parte pode ser usada na íntegra nesta quinta-feira (14/12), após derrota do Gerdau Minas para o Eczacibasi no Campeonato Mundial, já que os abutres voltaram a atacar novamente.
“Eu adoro esporte. E desprezo os haters. Os da Bia, os da Gabi, os da Kisy, os do Bruninho, os da Julia Bergmann… Desprezo cada um deles que destila ódio gratuito nas redes sociais. Desprezo cada um deles que se acha no direito de xingar e humilhar após uma derrota em primeira rodada, após um vice-campeonato mundial. No fundo, tenho pena de quem canaliza as próprias frustrações no primeiro que aparece na TV ou no streaming.
Cada vez mais, vemos atletas querendo distância das redes sociais, fechando comentários ou trancando suas contas. A saúde mental tem um preço e ele é caríssimo para quem lida com hordas de haters. Um dia, espero e torço, a maioria esmagadora conseguirá fazer críticas com argumentos após uma derrota, e não com baixo nível, xingamentos e ofensas”, finalizava o texto de meses atrás.
O Minas foi eliminado após perder duas vezes por 3 a 0. Jogou mal no Mundial, é verdade, bem abaixo do que poderia e se esperava. Individualmente e coletivamente, merece críticas. Mas nunca com xingamentos e com baixarias. E pior: tem gente que ignora as leis e comete crimes no Brasil, na Turquia, na Itália… Ódio, racismo, homofobia, xenofobia e por aí vai.
Torço que casos assim sejam levados cada vez mais às esferas criminais, para esse bando de frustrados e frustradas entender os limites da civilidade.
Por Daniel Bortoletto