Luizomar: medo do covid e reconciliação com Negro
O técnico Luizomar de Moura revelou, durante entrevista coletiva no Centro de Desenvolvimento do Voleibol (CDV), em Saquarema, as dificuldades da temporada 2020/21, diante do risco de contaminação pelo covid-19, o que acabou acontecendo em pelo menos dois momentos no grupo do Osasco/São Cristóvão Saúde. O time abre as semifinais da Superliga Feminina de Vôlei 2020/21 nesta sexta-feira, a partir das 19h, contra o Dentil/Praia Clube inteiro, com todas as jogadoras liberadas, mas ao longo da competição ele perdeu titulares como Jaqueline, Bia, Roberta e Tandara – além de outras atletas – e ele mesmo chegou a ficar 10 dias internado na UTI para se recuperar da doença. Veja aqui a tabela das semifinais da Superliga Feminina.
– As comissões técnicas e médicas dos 12 clubes que participaram da Superliga têm de ser exaltadas nesta temporada. Além também da entrega dos atletas e da conscientização que elas tiveram. As quatro equipes que chegaram à semifinal tiveram também o mérito da gestão, além de técnico, por terem conseguido administrar tudo que passamos por conta do risco de contaminação a todo momento, da incerteza de saber se iríamos ou não perder alguma jogadora importante. Foram muitas dificuldades – disse Luizomar.
O treinador relembrou como foram os seus dias no hospital, em Osasco, se recuperando do covid:
– Quando eu estava internado na UTI, chegou uma hora que eu tive de me desligar do vôlei. Eu amo, é a minha vida, mas eu tinha de pensar na minha família, em me manter vivo naquele momento. Eu não tinha acesso ao celular e queria saber notícias do time, mas consegui mesmo focar no meu tratamento. Eram três sessões por dia de fisioterapia com o respirador, uma hora a cada vez, e depois tinha de descansar. Até tentei subornar as enfermeiras para me falarem o placar dos jogos, mas não teve jeito – brincou.
– Na semifinal da Copa Brasil (quem comandou Osasco foi o assistente Jefferson Arosti), me falaram o placar do primeiro set, depois fiquei sabendo que a enfermeira perguntou ao médico o que deveria fazer, já que a gente seguia perdendo e ela acabou não me dando mais informações. Só fiquei sabendo da eliminação para o Praia no dia seguinte – conta Luizomar.
Ele diz que passar pelo drama da internação o fez ver a vida sob uma nova perspectiva:
– Estou mais leve. Todo mundo está dizendo isso. Cheguei aqui em Saquarema tão feliz! Parece que é a minha primeira semifinal. Abracei o Paulinho (Paulo Coco na chegada), conversei com o Nicola (Negro, técnico do Minas) e acabamos com aquele mal-entendido que aconteceu no jogo em BH. Dei um abraço nele depois daquela babaquice que os dois fizeram depois do jogo – completou o treinador.
Na ocasião, após a vitória de Osasco sobre o Itambé Minas, por 3 a 0, no turno da Superliga, em Belo Horizonte, Luizomar e Nicola bateram-boca na beira da quadra.
– Estou mais leve e espero que as meninas entrem em quadra com essa leveza amanhã (hoje). Durante muito tempo nós éramos o time a ser batido. Agora somos franco-atiradores nesta semifinal. A pressão hoje é do Praia. O time reserva do Praia poderia, tranquilamente, brigar pelo sexto lugar da Superliga. Muitos treinadores adorariam ter, como titular, as reservas que eles têm – completou Luizomar.