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Destaques - Internacional - 2 de março de 2019

O pequeno gigante Matias Sanchez, uma das promessas argentinas


Em 2015, estive no México para a cobertura do Campeonato Mundial sub-21 masculino. Em Tijuana, fronteira do país com os Estados Unidos, fiz uma matéria para o LANCE! com o talentoso levantador Matias Sanchez, que começava a se destacar pela seleção argentina.

Ele já chamava demais a atenção pela habilidade e precisão na distribuição de bolas, antídotos para compensar a baixa estatura.

Pouco mais de três anos depois, o reencontrei em Belo Horizonte durante o Sul-Americano, como titular do Obras San Juan. Fez uma grande semifinal contra o Sada/Cruzeiro, perdendo apenas no tie-break, após desperdiçar até match point. Neste sábado, bateu o Fiat/Minas, o dono da casa, e ficou com a medalha de bronze.

Aos 22 anos, ele parece um pouco mais forte fisicamente, mas continua com a mesma inteligência para escolher o atacante a cada jogada. Antes de cada levantamento olha para o outro lado da quadra, em busca do bloqueio mais baixo a ser enfrentado.

– Admito que foi difícil dormir após a semifinal. Mas estou muito feliz com o terceiro lugar, um ótimo resultado para o Obras – disse Sanchez.

Chama a atenção também, segundo a estatística oficial, o crescimento do levantador: pulou de 1,73m para 1,75m (admito que parece bem menos ou eu também cresci).

Após a virada do Sada/Cruzeiro sobre o Obras, já nesta madrugada, conversei com jornalistas argentinos presentes em BH. E é unânime a opinião deles: Matias Sanchez é o futuro de uma seleção, que possui atualmente Luciano de Cecco como titular absoluto, além de vários outros bons nomes: Cavanna (UPCN), Uriarte (EMS/Taubaté), Demian Gonzalez (Vôlei Renata). Vale lembrar que na capital mineira ele teve oportunidade de ser observado de perto por Marcelo Mendez, novo técnico da Argentina.

– Procuro não pensar em seleção agora. Quero desfrutar sempre em quadra, fazer o meu melhor, evoluir na profissão e seguir em frente. Ser chamado é consequência.

Sanchez em ação em Belo Horizonte (Orlando Bento/MTC)

Reproduzo abaixo trechos da matéria de 2015:

“Entre 2007 e 2010, um jogador brasileiro brilhou no vôlei argentino. O levantador William Arjona conquistou 21 de 22 torneios disputados pelo Bolívar, foi eleito o melhor jogador em duas das quatro temporadas, ganhou o apelido de Mago e foi convidado até a se naturalizar para defender a seleção local. O que ele não sabe é que inspirou um jovem destaque do país vizinho a seguir os seus passos.

Matias Sanchez é o levantador titular argentino no Mundial sub-21, que está sendo disputado no México. Já está na semifinal, esperando China ou Itália como rivais. E diz ter no brasileiro o grande ídolo no esporte.

– Para mim ele é diferente de todos. Parece que funciona assim: o time defendido por ele sempre ganha. É o levantador que mais gosto de todos – revelou o argentino, em Tijuana, após a vitória sobre a Eslovênia. – Nunca falei com ele, não o conheço pessoalmente. Vi algumas vezes quando ele defendeu o Bolívar. Sempre quis jogar como ele joga.

Levantador em ação contra o Minas, na disputa pelo terceiro lugar (Orlando Bento/MTC)

Sanchez chama a atenção pela estatura (1,73m), muito baixa para os padrões internacionais. Mas compensa com velocidade, fintas e precisão nos levantamentos. Diz que o fato desperta mesmo curiosidade, mas não vê tal característica como limitadora para seu jogo.

– Já estou acostumado a jogar neste nível internacional sendo baixo. Não me parece diferente, mas admito que é mais difícil”.

Por Daniel Bortoletto, em Belo Horizonte

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