Em virada emocionante, Sada/Cruzeiro bate argentinos e vai à final do Sul-Americano
Foi com emoção. Favorito, o Sada/Cruzeiro teve mais trabalho do que esperava para vencer o Obras San Juan (ARG) na noite desta sexta-feira, na Arena do Minas, em Belo Horizonte (MG) e, assim como aconteceu na estreia do Sul-Americano, contra o UPCN (ARG), o time mineiro voltou a virar um jogo em que perdia por 2 sets a 0, fazendo a festa com a vitória por 3 sets a 2.
O time do técnico Marcelo Mendez venceu com parciais de 24/26, 22/25, 27/25, 25/23 e 15/13 e está em mais uma final. O adversário na decisão, neste sábado, às 20h30, com transmissão pelo SporTV, será o UPCN, que eliminou o Fiat/Minas com a vitória por 3 sets a 0 na outra semifinal. Antes, às 19h, neste sábado, o Minas enfrenta o Obras San Juan, pelo terceiro lugar. O campeão sul-americano garante vaga no Mundial de Clubes, no final do ano.
Atual tricampeão do torneio, o Cruzeiro tenta o hexa – levantou a taça nas edições de 2012, 2014, 2016, 2017 e 2018. O time mineiro está invicto há 20 jogos, em partidas válidas pelo Sul-Americano. A última derrota foi justamente para o UPCN, na final do torneio de 2015. Os dois times já decidiram a competição continental quatro vezes.
O Obras San Juan, vice-líder da Liga Argentina, chegou a estar vencendo o terceiro set por uma diferença de três pontos, teve o match point em 25/24, mas viu o jogo do atual campeão sul-americano e da superliga encaixar, e aí não teve mais como parar o esquadrão celeste, que imprimiu seu usual ritmo forte no saque e no bloqueio, decidindo com um ataque certeiro, seja pelas pontas ou pelo meio.
O oposto Evandro comentou a atuação celeste e o bom resultado:
– A gente já teve partidas difíceis contra o próprio UPCN. Esse time tem dois cubanos novinhos que saltam muito forte e deram muito trabalho para a gente. Foi uma partida bem complicada e tivemos de nos superar para ganhar.
O ponta Rodriguinho, que saiu do banco de reservas para ser um dos grandes nomes da vitória, comentou a virada:
– A gente estudou o time deles, esperávamos um jogo duro mesmo. Contra o Minas, na estreia, eles não jogaram bem, e a gente sabia que eles podiam mais, têm jogos novos, mas já rodados, com experiência. Nos dois primeiros sets a gente fez uma estratégia certa, porém em alguns momentos a gente oscilou e em um jogo de alto nível faz a diferença, como erros bobos de saque. Erramos acho que 10 saques em um dos sets. Isso não pode acontecer – disse o ponteiro.
O jogo
O primeiro set foi equilibrado do início ao fim. O Obras San Juan arriscava muito no saque e cometeu muitos erros. O Cruzeiro manteve o seu ritmo usual de saque forte e muito jogo pelos centrais Isac e Le Roux. Mas, em jogo muito disputado e com dois bons saques no final, o time argentino conseguiu a vitória por 26 a 24 – com destaque para o oposto cubano Herrera.
O San Juan começou avassalador no segundo set, abrindo 5 a 2 de cara. Com um saque forte e bloqueio agressivo, provocou erros do ataque cruzeirense. O técnico Marcelo Mendez trocou o levantador Cachopa por Sandro e o ponteiro Filipe por Rodriguinho. Herrera, impossível no saque, fez a diferença aumentar: 9 a 5. Em duas boas passagens de Evandro e Rodriguinho no saque, o time mineiro diminuiu para 10 a 8. Mas, o bom volume de jogo dos argentinos não deixava a bola cair. Em dois contra-ataques, a equipe visitante abriu 13 a 9. Em dois ataques de Herrera e um bloqueio sobre Isac, o Obras fez 16 a 10.
O Cruzeiro esboçou uma reação na segunda metade do set, com um ace de Le Roux e depois em um bloqueio de Isac sobre Carneiro. Em novo bloqueio de Evandro, o time brasileiro diminuiu a diferença para 3 (24/22), mas foi a vez de o San Juan devolver o bloqueio e parar Evandro na saída da rede para fechar o set em 25/22 e fazer 2 sets a 0 no jogo.
Marcelo Mendez começou o terceiro set com Rodriguinho e Sandro, nos lugares de Filipe e Cachopa, respectivamente. O time mineiro voltou mais ligado, sacando melhor, amortecendo as bolas no bloqueio e mais agressivo no ataque. Em um bloqueio de Evandro sobre Quiroga, o Cruzeiro virou o placar em 7 a 6. Em dois bons contra-ataques com Herrera o Obras abriu 10 a 7 e comandou o placar até a metade do set. O Cruzeiro reagiu e diminuiu a diferença para um ponto em 19 a 18, depois de dois ataques de Evandro, e empatou em um desafio mal-pedido do técnico do San Juan: 20 a 20. A virada veio em um toco de Sander sobre Herrera, na ponta, levantando a torcida na arquibancada.
No final do set, o Cruzeiro voltou a sacar como o Cruzeiro que a torcida está acostumada a ver, colocando pressão no ataque adversário, que não conseguia mais virar as bolas com a facilidade dos outros sets. Em um ace, Herrera chegou a fazer 25 a 24 para os visitantes, mas Rodriguinho virou a bola seguinte e, e dois bloqueios, selou a vitória azul por 27 a 25, fazendo 2 a 1 na partida.
O Cruzeiro manteve o ritmo do final do set anterior e começou o quarto set muito atento no bloqueio, forçando o saque e virando as bolas com Evandro e Rodriguinho, principalmente. Os argentinos, ao contrário, tinham dificuldade de virar a primeira bola e erravam muito saque. o jogo foi equilibrado até o 20/18, mas em um contra-ataque com Sander, o Sada fez 24 a 21, após boa defesa de Serginho no fundo. O San Juan chegou a assustar, fazendo 23 a 24 em um bloqueio sobre Evandro, mas Isac virou a primeira bola fechando a parcial em 25/23 e empatando o jogo em 2 a 2.
Rodriguinho começou o tie-break com um ace e o Cruzeiro, já no ritmo dos dois sets anteriores, abriu logo 8 a 4 no placar, defendendo bem os ataques do San Juan e finalizando com as bolas de segurança. O Obras não era nem sombra do time corajoso e de bom volume de jogo que foi nos dois primeiros sets. Sentindo o ótimo momento da equipe, a torcida mineira já fazia a festa na arquibancada com 10 a 5 no placar. Mas, o time argentino não se entregou e chegou a diminuir a diferença para 13 a 14. Em um ataque de Isac, o Cruzeiro fechou o set em 15 a 13 e decretou a virada por 3 sets a 2, fazendo a festa com a sua torcida no ginásio.
Sada/Cruzeiro: Cachopa, Evandro, Le Roux, Isac, Filipe, Sander e Serginho (libero). Entraram Sandro, Rodriguinho, Leozinho, Luan
Técnico: Marcelo Mendez
Obras San Juan: Sanchez, Melgarejo, Herrera, Quiroga, Aschemacher, Carneiro e Massimino (líbero). Entraram: Hermida, Segovia, Lloveras
Técnico: Juan Manuel Serramalera
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